O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quarta (23) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) solicitou investigações sobre as declarações do deputado Luís Miranda (DEM-DF) acerca da compra da vacina Covaxin.
Segundo Onyx, que apresentou as informações em coletiva de imprensa, Miranda e seu irmão, um servidor do Ministério da Saúde, também serão investigados por "denunciação caluniosa, fraude processual e prevaricação". A coletiva não foi aberta para perguntas dos jornalistas.
"O governo tomará medidas. O senhor presidente da República determinou ao ministro-chefe da Casa Civil que a Polícia Federal abra uma investigação sobre as declarações do deputado Luís Miranda, sobre as atividades do seu irmão, servidor público do Ministério da Saúde e sobre todas essas circunstâncias expostas no dia de hoje", afirmou Lorenzoni.
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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na última terça (22), o deputado disse que comunicou Bolsonaro sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a compra do imunizante produzido pelo laboratório Baraht Biotech. Ele reafirmou as alegações e disse ter "provas contundentes" da alegação em entrevista à CNN Brasil nesta quarta (23). Miranda será ouvido pela CPI da Covid na próxima sexta-feira.
Na coletiva, Lorenzoni negou irregularidades: "Sobre as acusações assacadas hoje contra o presidente da República, quero dizer três coisas importantes: não houve favorecimento a ninguém, porque essa é a prática desse governo; não houve sobrepreço - tem gente que não sabe fazer conta; não houve compra alguma".
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Onyx também dirigiu-se ao deputado durante a coletiva: “Deputado Luís Miranda, Deus está vendo. Mas o senhor não vai só se entender com Deus, vai se entender com a gente também. E tem mais: o senhor vai explicar e o senhor vai pagar pela irresponsabilidade, pelo mau-caratismo, pela má-fé, pela denunciação caluniosa, pela denunciação de provas falsas".
O deputado federal é irmão do servidor Luis Ricardo Fernandes Miranda. Segundo o parlamentar, seu irmão sofreu pressão no ministério para dar andamento à importação do imunizante. O contrato foi firmado pelo valor de R$1,6 bilhão, com cada dose no valor de U$15, preço mais elevado em relação a outras vacinas em negociação.
A Procuradoria da República no DF afirma que a compra da Covaxin foi intermediada pela Precisa Medicamentos, empresa que representa o laboratório indiano no Brasil. Após os 70 dias de prazo para execução do contrato, a Precisa não entregou nenhum dos lotes de 4 milhões de doses. Não houve registro para importação para uso emergencial do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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