O relatório "Infodemia e Covid-19", da ONG Artigo 19, revela que o governo Bolsonaro é a principal fonte de desinformação sobre a pandemia.
O documento detalha como a política de desinformação causou centenas de milhares de mortes no Brasil. O relatório cita que a pandemia ampliou entraves institucionais impostos pelo governo que tornam quase impossível conseguir informações oficiais seguras e monitorar as políticas públicas federais.
A ONG Artigo 19 dá exemplos de ações intencionais, como a insistência do presidente Jair Bolsonaro em defender o uso de remédios sem comprovação científica contra a Covid-19. A organização fez 20 pedidos ao Ministério da Saúde pela Lei de Acesso à Informação. 35% das respostas foram classificadas como "informação desonesta' e 25% como "desinformação intencional".
"Alguns pedidos, por exemplo, tiveram como retorno imposição de sigilo que não se adequa à lei. As informações sobre seringas foram postas em sigilo até 2023, contratos de hidroxicloroquina e afins não foram fornecidos e evidências científicas solicitadas sobre esses tratamentos não foram fornecidas", explicou Ana Gabriela Ferreira, coordenadora de acesso à informação e transferência da ONG Artigo 19, em entrevista ao Jornal da Tarde.
Segundo o relatório, "as diversas formas de desinformação, incluindo o apagão de dados, são, hoje, a regra no Brasil". O documento diz ainda que "a propaganda massiva da desinformação vem sendo meio de afetação de milhares de pessoas no país que, possuindo menos acesso ao conhecimento científico produzido, confiam nas figuras de liderança que deveriam estar fazendo o papel de assegurar medidas de saúde."
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