Em entrevista, Luis Miranda sugere que tem gravação de Jair Bolsonaro sobre compra da Covaxin
Deputado afirmou que tem como provar suas denúncias. Mesma alegação foi feita durante depoimento a CPI da Covid
26/06/2021 17h53
Após testemunhar na CPI da Covid, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) voltou a dizer que existe uma gravação comprovando suas denúncias em relação a compra da vacina Covaxin. Em entrevista ao site Antagonista, Miranda avisa que se Jair Bolsonaro (sem partido) tentar desmenti-lo, o presidente terá uma “surpresa”.
Se ele (Bolsonaro) fizer isso, a gente vai ter que provar de um jeito que é totalmente desfavorável para o resto da carreira política dele. Se precisar, a gente prova. Só isso", disse Miranda, em referência à possibilidade de Bolsonaro contradizer sua versão.
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Miranda e o irmão, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, denunciaram à CPI da Covid supostas irregularidades na compra da vacina. No depoimento, disseram ter avisado Bolsonaro há três meses sobre as suspeitas e sobre uma "pressão atípica" para acelerar a importação. Na conversa, Bolsonaro teria citado o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, como o parlamentar que queria fazer "rolo" no ministério.
Na mesma entrevista, o deputado afirma existir o áudio com uma conversa dele com Bolsonaro. "Tinha três pessoas na sala. Eu, como parlamentar, não gravaria. Mas vamos mudar este assunto, por favor?", desconversou. A terceira pessoa seria seu irmão.
Entenda o caso
A Procuradoria da República do Distrito Federal investiga o contrato firmado entre o Ministério da Saúde e o laboratório indiano Barath Biotech para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, vacina de origem indiana.
O Ministério Público Federal analisou o contrato e identificou um valor total de R$ 1,6 bilhão na compra do imunizante. A dose foi negociada a US$ 15 dólares, preço superior ao da negociação de outras vacinas no mercado internacional, como a da Pfizer, considerados uma das mais caras. Além disso, o Brasil comprou a dose por um valor 1000% maior do oferecido inicialmente. A primeira proposta foi de US$ 1,34.
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