Mentalidade bolsonarista vive 'guerra fria requentada', diz Pondé
Edição do Linhas Cruzadas desta quinta (1º) discute o comunismo; para o filósofo, uso impreciso do termo por Bolsonaro não significa que a retórica do presidente não seja perigosa
01/07/2021 22h10
Alvos frequentes no discurso do presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, os comunistas são o assunto do Linhas Cruzadas desta quinta (1º). No programa, a jornalista Thaís Oyama e o filósofo Luiz Felipe Pondé discutiram o uso do termo na retórica bolsonarista.
"Bolsonaro faz um uso completamente impreciso do que é comunismo. É claro que, do ponto de vista dele e do grupo que está ao redor dele, tem uma intenção retórica. A gente sabe que o debate político, principalmente vindo dos políticos, tende a ser pobre do ponto de vista da semântica, do significado das palavras", diz Pondé. Ele menciona instâncias em que críticos do governo, até mesmo os que não são ideologicamente ligados à esquerda, ganharam o título de "comunistas".
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"Então, eu diria assim, a gente não deve levar a sério nada que o Bolsonaro fala. Agora, quando ele fala que quer limpar o país dos comunistas, ele provavelmente quer dizer que ele quer eliminar todo mundo que não reze na cartilha dele. E ele chama de comunista porque, com a palavra 'comunista' ele quer recuperar um pouco a memória de que 'comunista come criancinha', uma memória da Guerra Fria, que é um dos grandes problemas da mentalidade bolsonarista: ele vive numa guerra fria requentada, o que não significa que ele não seja perigoso", completa o filósofo.
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Veja o trecho:
Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
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