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Câmara debate novo Código Eleitoral que quer censurar divulgação de pesquisas eleitorais

Presidente da Câmara quer votar projeto nas próximas semanas para regra entrar em vigor já nas eleições de 2022. Especialistas são contra regra


06/07/2021 15h56

A Câmara dos Deputados discute o novo Código Eleitoral brasileiro e uma das minutas que mais chamam atenção é a que estabelece a proibição de divulgação de pesquisas eleitorais no dia e na véspera das eleições. Além disso, também seria criado um “percentual de acertos” dos institutos.

As mudanças no Código Eleitoral em relação a divulgação de pesquisas é de autoria da deputada Margarete Coelho (PP/AL) e deve ser votada nas próximas semanas. Para essa regra valer nas eleições de 2022, ele deve ser aprovada na Câmara e no Senado, e sancionada por Jair Bolsonaro até outubro deste ano.

Um outro artigo da proposta do novo Código obriga a publicação, juntamente com as pesquisas, de um “percentual de acerto” calculado com base nas pesquisas realizadas pelo instituto nas últimas cinco eleições.

A proibição de divulgação de pesquisas eleitorais é criticada por especialistas dizendo que essa ação representa censura a informações relevantes para os eleitores.

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“Os institutos não fazem prognósticos, eles apontam a realidade daquele momento. Então, mesmo que seja uma pesquisa feita na véspera da eleição, entre a divulgação da pesquisa e a chegada do eleitor na urna ocorrem muitas coisas", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do DataFolha. 

“A gente não é bola de cristal. A gente ouve o eleitor naquele momento e retrata a opinião dele. Agora se algo acontece no final do campo, após o término da pesquisa, a gente não consegue medir", também diz Duilio Novaes, presidente da Abep (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa).

Margarete Coelho defende a mudança e afirma que o dado é objetivo e não está sujeito “à definição deste ou daquele órgão”. “O contraste entre as pesquisas realizadas e o resultado final do pleito eleitoral dirá se aquela pesquisa acertou ou errou”, disse.

Situação parecida em 2006

Essa situação não é inédita no Brasil. Em 2006, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou parte de um projeto aprovado pelo Congresso que vetava a publicação de pesquisas eleitorais nos 15 dias que antecedem o pleito. Na época, os ministros alegaram que a medida restringia o direito dos eleitores à informação.

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