Em discurso para apoiadores em Porto Alegre neste sábado (10), Jair Bolsonaro (sem partido) atacou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso. O presidente mentiu ao afirmar que o magistrado defende a pedofilia e a liberação das drogas.
“Quero perguntar ao ministro Barroso, do STF, ministro esse que defende a redução da maioridade para estupro de vulneráveis. Ou seja, é a pedofilia o que ele defende. Ministro que defende o aborto, ministro que defende a liberação das drogas. Com essas bandeiras todas, ele não tinha que estar no Supremo, tinha que estar no parlamento para defender as suas bandeiras”, afirmou o presidente.
Barroso nunca defendeu a redução da maioridade para estupro de vulneráveis, inclusive ele não defende a redução da maioridade penal.
O presidente distorceu uma decisão de Barroso de 2017 para criticá-lo. Na época, o STF julgava um caso onde um jovem de 18 anos teve relações sexuais com uma adolescente de 13 anos. O rapaz não quis namorar e ela o denunciou. Diante do contexto, Barroso entendeu que não era caso de presumir o estupro. Na interpretação do ministro, a denúncia poderia ser uma retaliação ao jovem, que não queria oficializar o relacionamento.
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Após o posicionamento, Barroso pediu vista do caso para analisar o processo melhor.
Novos ataques a Barroso
Esse é o segundo dia seguido que o presidente critica o presidente do TSE. Na última sexta (9), Bolsonaro disse que Barroso é um “idiota” e ameaçou as eleições de 2022.
Segundo presidente, o atual sistema de urnas eletrônicas é passível de fraudes e que é preciso implementar o voto impresso auditável.
Em resposta a Bolsonaro, o TSE emitiu uma nota à imprensa reforçando que, desde que as urnas eletrônicas foram implantadas em 1996, "jamais se documentou qualquer episódio de fraude".
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