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Reprodução/Flickr Senado
Reprodução/Flickr Senado

Nesta quinta-feira (15)Cristiano Carvalho, representante no Brasil da empresa Davati Medical Supply, afirmou à CPI da Covid que o policial militar Luiz Paulo Dominghetti lhe informou sobre um pedido de "comissionamento" na negociação de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. Disse ainda que, segundo Dominghetti, o pedido partiu do "grupo do tenente-coronel Blanco".

"A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina, tá? Ele usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon", afirmou Cristiano.

O depoente disse ainda que o valor de US$ 1 não foi mencionado a ele. "Só para reforçar, o valor de US$ 1 nunca me foi mencionado. Porque também é uma coisa tão absurda que ele nunca chegou a me dizer isso. Só falou que havia sido pedido um comissionamento", relatou.

Mais cedo, Carvalho negou à CPI que teria recebido propina para vender vacinas ao Brasil.

Dois grupos no ministério

O representante da Davati afirmou ainda que havia dois grupos atuando dentro do Ministério da Saúde: o do ex-secretário-executivo Élcio Franco e o de Roberto Dias, do qual fazia parte o coronel Blanco.

"Havia dois caminhos dentro do ministério, um era via Élcio Franco e um era via Roberto Dias. E um não sabia do outro", disse.

Cristiano explicou que, na visão dele, o grupo de Élcio Franco não sabia do que era tratado pelo grupo de Dias/Blanco. E que, por isso, a Davati, para driblar o "comissionamento", procurou Franco.

"O caminho que ele tentou via Roberto Dias aparentemente não prosseguiu por conta de algum pedido que havia sido feito e que chegou a mim como do 'grupo do Blanco’. Paralelamente, foram falar diretamente com o secretário Élcio Franco no intuito de driblar essa resistência por parte do comissionamento. O que senti do Élcio Franco foi que não tinha conhecimento algum do que o Roberto Dias estava tratando", completou.

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