O que leva jovens a empreender e como ter sucesso no próprio negócio?
O número de jovens que optam pelo empreendedorismo como carreira tem aumentado ano a ano, seja pelo avanço dos meios digitais — que facilitam a criação do próprio negócio — ou pela falta de oportunidades de emprego.
05/08/2021 14h52
O número de jovens que optam pelo empreendedorismo como carreira tem aumentado ano a ano, seja pelo avanço dos meios digitais — que facilitam a criação do próprio negócio — ou pela falta de oportunidades de emprego.
Levantamento encomendado pela Herbalife Nutrition e realizado pela OnePoll em abril deste ano revelou que 74% dos jovens desejam ter o próprio negócio.
Os resultados globais da pesquisa mostraram que 31% dos jovens veem o empreendedorismo como uma oportunidade para uma mudança de carreira, enquanto 26% buscam complementar a renda depois que suas horas de trabalho foram reduzidas, por conta da pandemia – dado que também aparece para 22% dos brasileiros.
Marina Louro, 20, e Luana Bonilha, 21, donas da Mil Criações, e Letticia Barros, 26, idealizadora do Brechovo, compõem o grupo de jovens empreendedores que têm utilizado as redes sociais para viabilizarem seus negócios.
Já Carlos Augusto Jr., 22, CEO da rede Frango no Pote, é adepto do modelo de franquia, que também está se tornando queridinho entre os jovens.
Interesse cresce ano a ano
O interesse da nova geração por investir no próprio negócio não é de hoje. Um estudo do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2018, já apontava um aumento do público jovem entre os novos empreendedores: de 2017 para 2018, a participação de pessoas de 18 a 24 anos subiu 17%, considerando o número total de empreendedores no Brasil.
Letticia Barros, dona do brechó Brechovo, fez parte dessa nova leva. Ela ainda era estudante do curso de história quando decidiu montar um brechó com peças próprias para um trabalho da faculdade, há três anos. A ideia deu tão certo, que acabou virando profissão.
Hoje, o Brechovo tem cerca de 5.000 seguidores no Instagram e um site próprio. O faturamento mensal da loja gira em torno de R$5.000, segundo Barros.
Marina Louro e Luana Bonilha também já possuem seu próprio negócio. Elas são as idealizadoras da Mil Criações, loja online criada durante o Carnaval de 2020, com o intuito de idealizar acessórios para além dos dias de folia.
O que era uma estratégia sazonal acabou se tornando um negócio fixo. Hoje, com cerca de 3.000 seguidores no Instagram, as empreendedoras planejam a criação de um site para ampliarem ainda mais as vendas.
Franquias
Outra aposta dos jovens tem sido as franquias. De acordo com dados divulgados recentemente pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), houve um aumento no interesse de pessoas entre 18 e 24 anos pelo segmento. A participação dessa faixa etária no volume de buscas por franquias cresceu de 10,2% de janeiro de 2019 a março de 2020, para 21,3% de março de 2020 a maio de 2021.
Carlos Augusto Jr. é CEO da rede Frango no Pote. A rede foi fundada em 2012, em Brasília (DF) por seu pai. Carlos começou a se interessar por culinária e empreendedorismo ainda na infância. Com 16 anos, decidiu deixar o ensino médio para estudar gastronomia e juntar suas paixões ao negócio da família.
Hoje, a marca está presente em 20 estados, com 37 lojas abertas. Em 2020, o faturamento da Frango no Pote subiu 17% e chegou a R$ 25 milhões. Para 2021 a meta é crescer entre 10% e 15%.
Por que empreender?
Como principal fator motivador, “tornar-se meu próprio patrão” apareceu com 48% nos dados globais e 59% para os brasileiros, seguido pela capacidade de “seguir sua paixão” com 44% e 48%, respectivamente.
No entanto, mais de três em cada 10 entrevistados no mundo disseram que procuram sustentar sua família (37%), o que no Brasil sobe para quatro em cada 10 (41%).
REDES SOCIAIS