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Divulgação/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
Divulgação/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Depois da queda dos sistemas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), identificada em 23 de julho, o Jornal da Tarde ouviu pesquisadores para traçar um panorama sobre a ciência no Brasil. 

Órgão federal de fomento à pesquisa e à ciência no Brasil, o CNPq é responsável pelo pagamento de bolsas e reúne a produção científica do país. 

A plataforma Lattes, que armazena os currículos artigos e pesquisas científicas, só foi restabelecida na noite do último sábado (7).  Já a plataforma Carlos Chagas, responsável pelo pagamento de bolsas, ainda apresenta acesso parcial às funcionalidades.

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Vinculado ao Ministério da Tecnologia, o CNPq teve em 2021 o menor orçamento para pesquisas em duas décadas: R$ 1,2 bi, pouco mais da metade do que tinha no ano 2000. Nos últimos dez anos, a queda de bolsas foi de 32% para os mestrados e de 20% para os doutorados. 

Diante da redução de investimentos do governo federal, agências estaduais passaram a desempenhar um papel maior no fomento à ciência nacional. 

Uma dessas agências é a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que responde por 35% das bolsas concedidas no país, segundo Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do órgão. "Nós sempre operamos programas conjuntos com o CNPq, tipo os institutos nacionais de ciência e tecnologia. A redução do orçamento da CAPES e do CNPq é muito ruim para o Brasil como um todo, e é muito ruim para São Paulo", diz Pacheco.

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Para o ex-ministro da Educação e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, o aparente descaso com a ciência pode resultar na chamada fuga de cérebros. "A maior parte desse brain drain, de evasão de cérebros, é de gente fez a graduação em universidades públicas, fez mestrado, doutorado, a maior parte das universidades públicas. Então, o Brasil pagou a formação dessas pessoas e a gente está dando de presente esses talentos para países ricos", afirma.  

Segundo Ricardo Galvão, físico e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a falta de investimento em estrutura é outro motivo de preocupação no atual cenário da ciência no Brasil, com implicações de dimensão inestimável. "O desenvolvimento sustentável, socialmente justo e equânime do país só vai ser possível através de políticas públicas fortemente embasada na ciência e tecnologia moderna", completa. 

Veja mais na reportagem do Jornal da Tarde: