Depois da derrota da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a fazer alegações sem provas sobre o sistema eleitoral vigente no país.
Em conversa com apoiadores na manhã desta quarta (11), o mandatário repetiu pelo menos quatro vezes que não tem provas, mas narrou uma suposta fraude envolvendo o desvio de 12 milhões dos seus votos nas eleições de 2018. O momento foi registrado por um canal bolsonarista no YouTube.
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Bolsonaro relacionou a ideia à suposta invasão nos sistemas do TSE no mesmo ano, embora o tribunal tenha esclarecido que o ataque, que é investigado pela Polícia Federal, não teve qualquer influência nos resultados.
"A história que se aproxima da verdade - repito, não tenho provas. Esses hackers foram contratados por quem tinha interesse nas eleições e teriam que desviar 12 milhões de votos meus. Repito, não tenho provas. Teriam que desviar 12 milhões de votos meus. E os hackers fizeram seu trabalho. Só que quando as eleições acabaram, não foi suficiente para o outro lado ganhar. O lado que recebe dinheiro do narcotráfico, do Foro de São Paulo, de corrupção bilionária, de dinheiro de fora do Brasil", afirmou o presidente.
De acordo com a narrativa contada por Bolsonaro, "o outro lado" não teria pago o valor combinado com os supostos hackers porque os votos que teriam sido desviados não foram capazes de alterar o resultado da eleição.
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A declaração desta manhã faz parte de uma série de ataques do presidente ao sistema eleitoral vigente. Ele já alegou, há mais de um ano, que possuía provas de ter vencido em primeiro turno nas eleições de 2018. Em junho, Bolsonaro marcou uma transmissão ao vivo em que prometeu comprovar a suposta fraude, mas admitiu não ter provas, apenas "indícios".
Desde sua implementação, nunca foi comprovada qualquer fraude no sistema de urnas eletrônicas usado no Brasil.
Ontem (10), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), garantiu que o mandatário aceitaria o resultado do plenário na votação da PEC do voto impresso. "Se não passar, há um compromisso do presidente da República, isso ficou claro, que cumprirá e aceitará o resultado do plenário da Câmara dos Deputados. É isso que eu espero", disse Lira.
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