'A indústria do bem' foi o tema do Linhas Cruzadas desta quinta (12). No programa, o filósofo Luiz Felipe Pondé e a jornalista Thaís Oyama falaram sobre o envolvimento de empresas em pautas como representatividade de grupos minoritários, sustentabilidade e mais.
"Será que as empresas, os serviços, acordaram para a importância da representatividade, justiça social e meio ambiente ou será que ela só resolveram que apostar nisso é um bom negócio?" questionou Thaís.
Para o filósofo, as empresas estão, na verdade, focadas em explorar o nicho de mercado apresentado por essas pautas sociais: "Me parece que sem dúvida nenhuma muitas dessas pessoas jovens que vão trabalhar em empresas têm essa expectativa, de que elas então farão o bem. Agora, eu sempre digo que eu não confio em ninguém que quer salvar o mundo. Eu tenho um tenho preconceito contra a gente fica salvar o mundo. Acho que é sempre uma coisa boa a gente ficar atento quando há uma unanimidade ao redor das empresas terem se transformado em grandes defensoras de pautas sociais. A minha ideia não é que as empresas de repente descobriram que elas têm um papel social, é que elas descobriram que esse é um nicho de mercado".
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Segundo Pondé, um suposto idealismo dos jovens recém-chegados ao mercado de trabalho pode ser explorado pelo mundo corporativo. "Eles vão querendo salvar o mundo e aí descobrem que, hoje em dia, dizer que quer salvar o mundo dá dinheiro. Então, é como se eles passassem de uma condição em que eles estão, digamos assim, movidos pelas aulas de humanas, chegam na empresa e o CEO deles [...] já descobriu que aquele papo 'do bem' de fato é um papo que emplaca, que agrega valor, como se fala hoje em dia", completou.
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Veja o trecho:
Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
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