No Linhas Cruzadas desta quinta (12), com o filósofo Luiz Felipe Pondé e a jornalista Thaís Oyama, o assunto é a chamada "indústria do bem".
Convidado no programa, o cientista político e colunista João Pereira Coutinho afirmou: "Depois de 2008, o capitalismo precisou de um 'rebranding', precisou, por assim dizer, de uma operação de marketing para poder voltar a se legitimar depois da grande crise financeira. E qual foi essa causa? Foi precisamente o 'wokeness'".
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Para Coutinho, há um esforço por parte das grandes empresas para se vender como "woke", isto é, consciente de pautas sociais e preocupada com causas importantes para o público.
No estúdio, Pondé complementou: "O capitalismo sempre vive aparentemente à beira do abismo, e é muito comum algumas pessoas acharem que o capitalismo é mau. Ele é mau porque só pensa em dinheiro e coisa e tal. Por isso, com a ideia de que você de repente abraçou uma uma causa do bem, o capitalismo consegue ganhar dinheiro emplacar a ideia de que agora ele não vai explorar as pessoas. Ele vai continuar explorando as pessoas, vai continuar fazendo com que, seja trans, seja não trans, quando chegar na idade que não serve mais para nada, você é jogado no lixo".
"Se em algum momento o capitalismo chegar à conclusão de que a escravidão - vou usar um exemplo bem clichê -, seja lá de que grupo for, é uma coisa que vale a pena vai se trabalhar nesse sentido", completou.
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Veja o trecho:
Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
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