Nas Olimpíadas de Tóquio, a desistência da ginasta americana Simone Biles de cinco provas por motivos de saúde gerou debates ao redor do mundo. O caso da atleta foi pauta no Estação Livre desta sexta (13), que tratou da competição. 

Para a psicóloga Mariana Luz, Biles foi "extremamente corajosa" em sua decisão: "A sociedade ensina para a gente que a gente não pode ser vulnerável, então isso fica no imaginário das pessoas. Se você for vulnerável, significa que você é fraco e isso é ruim, isso não é esperado de um atleta".

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"Ela foi uma pessoa que passou por situações muito difíceis, já passou por questões de racismo, abuso sexual, e ela já queria se aposentar depois de 2016. [...] Acho que ela se arriscou, mas na hora que viu que não ia funcionar para ela, ela parou", avaliou a especialista. 

Segundo o psicólogo especializado em psicologia esportiva Ricardo Eleutério, não é incomum que atletas como Biles se vejam sob forte pressão. “Chegar ao topo é um esforço muito grande. Mas permanecer nele é um esforço ainda maior. E aí vem a pressão interna, que ela mesmo relata, mas também a pressão externa", afirmou. 

"É muito importante desconstruir essa imagem de um atleta que de fato é um super-humano e que ele não vai ter nenhum 'fracasso'", completou Ricardo.

Programa especial sobre Olimpíadas

Para falar sobre esportes olímpicos, a apresentadora Cris Guterres recebeu também Marta Sobral, ex-jogadora de basquete e medalhista olímpica, e Neilton Ferreira Júnior, professor de educação física e integrante do Núcleo de Estudos Olímpicos da USP.

Exibido às sextas e com apresentação de Cris Guterres, o programa é parte da grade de jornalismo da TV Cultura. A emissora, que já tinha em sua programação o Roda Viva e o #Provoca, às segundas e terças-feiras, no início de 2021 lançou os programas Manhattan Connection e Linhas Cruzadas, às quartas e quintas-feiras.