Com a alta do preço dos alimentos, o valor de uma cesta básica para quatro pessoas em São Paulo atingiu R$ 1.064,79 em julho. O preço é apenas R$ 35 menor do que o salário mínimo, de R$1.100.
A cesta básica calculada pelo Procon-SP é composta de 39 itens de alimentação, limpeza e higiene pessoal. O grupo de alimentos, que compõe a maior parte da cesta, subiu de R$ 928,87 em junho para R$ 932,60 em julho, uma alta de 0,40%. O café teve a maior alta, 10%; o preço médio de 500g é de R$ 9,09.
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O pacote de 5kg de açúcar também subiu mais de 7,65%, e vale e R$ 17,26. Já o kg do feijão carioca chegou a R$ 6,93, aumento de 2,82%, e o frango resfriado subiu 3%, chegando a R$ 9,62/kg. Outros itens que subiram no auge da pandemia tiveram uma queda em julho. É o caso do arroz, que caiu 4,24%.
Para Patrícia Costa, economista do DIEESE, a alta nos preços significa que famílias de baixa renda são obrigadas a escolher entre itens e serviços básicos para sobreviver.
"Ou você paga a luz e mantém a geladeira funcionando para ter o alimento, ou então cozinha à lenha sem comprar o gás porque o dinheiro não dá. Quanto mais você reduz a renda das famílias, mais elas vão ter problemas de escolhas. Escolhas que levem elas e elas tem que ter estratégias, por exemplo, pular uma refeição. E pular uma refeição não pode ser estratégia pra ninguém, a pessoas precisam comer", afirma.
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"Fazemos uma conta de cesta básica pra uma família de quatro pessoas, muitas vezes as famílias têm mais pessoas e a cesta básica deve ser maior. Então, para algumas famílias, já ultrapassou R$1.100", explica Marcos Vinícius Pujol, do Procon-SP.
A entidade calcula, ainda, que a cesta básica deve empatar e talvez até superar o salário mínimo até dezembro de 2021. "Nós estamos vendo cada vez mais desvalorização do Real frente ao Dólar, que faz com que muitos produtos sejam majoritariamente exportados - café, carne de primeira e segunda, frango, soja -, fazendo com que os produtos tenham um aumento de preço no mercado interno", continua Pujol.
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