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Porta-voz do Talibã ameaça EUA caso não cumpra o prazo para a retirada de tropas

"Se pretendem continuar a ocupação, isso provocará uma reação", disse Suhail Shaheen em entrevista a uma emissora britânica


23/08/2021 15h28

O porta-voz do Talibã Suhail Shaheen afirmou que o grupo extremista não permitirá a extensão do prazo para que os Estados Unidos retirem suas tropas do Afeganistão. A data está marcada para o dia 31 de agosto. "É uma linha vermelha", disse Shaheen em entrevista à emissora britânica Sky News, nesta segunda-feira (23). 

"Se os Estados Unidos ou o Reino Unido buscarem mais tempo para continuar as evacuações - a resposta é não. Ou haverá consequências. Isso vai criar desconfiança entre nós. Se eles pretendem continuar a ocupação, isso provocará uma reação", completou o porta-voz. 

secretário de imprensa do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, disse que o objetivo do país é tirar o maior número de pessoas o mais rápido possível do Afeganistão. Ele ainda apontou que, como disse o Secretário de Defesa dos EUA, se houver necessidade de conversas adicionais com o Comandante-Chefe sobre o tempo necessário, isso ocorrerá, mas alertou que não estão neste momento agora. 

O primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson disse ter convocado para a próxima terça-feira (24) uma reunião virtual dos líderes do G7 para discutir a crise no Afeganistão. Ele ainda afirmou que deve pedir ao presidente dos Estados Unidos Joe Biden para que estenda o prazo para a evacuação de pessoas do país.

Johnson pediu aos governos que encontrem maneiras de evitar que as condições piorem. O Reino Unido detém a liderança rotativa do G7, que também inclui Estados Unidos, Itália, França, Alemanha, Japão e Canadá.

Contexto

O então presidente do Afeganistão Ashraf Ghani deixou o país no dia 15 de agosto após o Talibã cercar a capital Cabul. O grupo extremista tomou o poder  logo depois que o exército americano começou a deixar o país. Há 20 anos, o Talibã foi expulso de Cabul pelos Estados Unidos, após os ataques de 11 de setembro de 2001.

Leia também: ONG Redes da Maré estuda impacto da violência na saúde mental de moradores do Complexo da Maré"Saímos do Afeganistão, mas não conseguimos dormir à noite"




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