A Polícia Federal está monitorando as ações de Steve Bannon, estrategista do ex-presidente americano Donald Trump, em relação as eleições no Brasil em 2022. Nos últimos meses, ele passou a atacar as instituições brasileiras, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e colocou em dúvida a segurança das urnas eletrônicas. As informações são do jornal Estadão.
A investida sobre Bannon começou após a PF identificar que os seguidores de Bolsonaro usam métodos de desinformação em redes sociais iguais de Trump nos Estados Unidos. Essa estratégia era montada por Bannon.
O principal link dele com o Brasil é o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP). O filho do presidente já esteve com ele várias vezes nos Estados Unidos e já tentou trazê-lo para a América do Sul.
Durante o monitoramento, a polícia viu que em 12 de agosto, Bannon esteve Eduardo e Mike Lindell, empresário envolvido em campanhas de Fake News, em um simpósio sobre teorias de desinformação em eleições.
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No evento, Eduardo falou por 40 minutos, ignorou as seis vitórias do pai obtidas por meio do sistema eletrônico de votação e repetiu as informações falsas sobre as urnas que fizeram o Jair ser alvo de investigações no TSE.
O parlamentar brasileiro quis passar a ideia de que a Justiça inventou uma suspeita contra o pai por causa de fake news na live de 29 de julho, aquela que provaria fraude nas eleições de 2018, mas não apresentou nenhum prova concreta.
Ao fim do evento, Bannon reforçou o discurso de Eduardo: "Vocês veem que não é só nos EUA. Esta eleição (de 2022, no Brasil) é a segunda mais importante no mundo e a mais importante da história da América do Sul. Bolsonaro vai vencer, a menos que seja roubado... adivinhe pelo quê”. Lindell respondeu de forma imediata: “Pelas máquinas”.
Além da participação no simpósio, Bannon também entrou no radar da PF por administrar o Breitbart News, site com conteúdo de extrema-direita e famoso propagador de fake news contra políticos do partido democrata.
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Em um documentário chamada The Brink, ele conta que o site movimentava muito dinheiro. Em determinado trecho, Bannon diz que antes do Sleeping Giants entrar na internet, o site recebia mais de 8 milhões de euros em publicidade.
Uma das grandes preocupações da Justiça Eleitoral brasileira é justamente casos semelhantes ao de Bannon. Sites e canais bolsonaristas já conseguem ganhar muito dinheiro ecoando mentiras e agressões, reduzindo fronteiras entre a verdade e a mentira e atacando instituições.
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