O MPT (Ministério Público do Trabalho) pediu o afastamento de Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares. Ele é acusado por funcionários da instituição de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação.
Camargo foi nomeado para o cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e se define como um "negro de direita, antivitimista, inimigo do politicamente correto e livre".
Os 16 depoimentos que embasaram o pedido foram obtidos pelo Fantástico, da TV Globo. Segundo a reportagem, divulgada neste domingo (29), a ação foi protocolada na última sexta-feira (27). Além do afastamento, o MPT pede que Camargo pague indenização de R$ 200 mil por danos morais.
Nos depoimentos, funcionários da instituição disseram que Camargo associava pessoas de “cabelos altos” –referência ao cabelo black power– a malandros e bandidos. Eles também relataram que o presidente do órgão persegue quem considera ser “esquerdista”.
O MPT concluiu que “o assédio moral praticado pelo Sr. Sérgio Camargo contaminou todo o ambiente de trabalho, pois instaurou um clima de terror psicológico no âmbito da Fundação Palmares”.
Logo após a veiculação da reportagem, o bolsonarista se pronunciou nas redes sociais. Ele agradeceu aos apoiadores e afirmou que "lida com vermes de esquerda" desde muito antes da sua nomeação ao cargo na fundação de valorização afro-brasileira. Diante da investigação do MPT, Sérgio disse estar "ouvindo sonatas de Franz Schubert, com o mestre alemão do piano Wilhelm Kempff, e dando blocks na esquerdalha imunda".
O pianista Wilhelm Kempff, citado por Sérgio Camargo, realizou concertos como forma de propagandear e fortalecer o regime nazista na Alemanha.
Assista a reportagem do Jornal da Tarde desta segunda-feira (30):
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