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Reprodução/TV Cultura
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No Linhas Cruzadas desta quinta (2), com o filósofo Luiz Felipe Pondé e a jornalista Thaís Oyama, o assunto foi extremismo religioso e os impactos geopolíticos da volta do Talibã ao poder no Afeganistão.

Para falar sobre o conceito de fundamentalismo religioso, frequentemente usado para tratar de grupos islâmicos, o filósofo explicou as raízes do termo no cristianismo. "Na verdade não vem do islamismo o conceito, acho que a gente pode aproveitar o momento para esclarecer. A expressão fundamentalismo está muito mais ligada à história do movimento evangélico nos Estados Unidos do que propriamente a história do Islã".

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"O movimento evangélico protestante, aquele protestantismo profundo americano, que se associa por exemplo a eleitores do Trump ou alguma coisa assim, esse protestantismo no começo do século 20 defendia certas posições bíblicas como o criacionismo, eles resistiam ao Darwinismo, à emancipação feminina. Então, eles tinham uma proposta de viver segundo os fundamentos do cristianismo. [...] Ou seja, você fazer um movimento de recusa da história e da transformação das interpretações bíblicas", prosseguiu.

Segundo Pondé, a associação do termo com grupos ligados ao Islã ocorreu a partir da revolução islâmica no Irã, nos anos 70, quando a imprensa e acadêmicos americanos consideraram esse movimento análogo ao que se observava nos Estados Unidos entre os evangélicos. 

"Portanto, o termo surgiu no âmbito cristão com sentido positivo para eles, o termo migrou para o ambiente jornalístico, acadêmico, com o significado de grupos religiosos que recusam interpretações do evangelho que for, e têm uma tendência a achar que eles têm acesso à literalidade do texto", completou. 

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Veja o trecho:


Assista ao programa na íntegra:

Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.