Fundação Padre Anchieta

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Certa vez atendi, como mentora financeira, um rapaz que investia seus recursos fielmente de acordo com os relatórios que recebia das suas três corretoras e das duas casas de análise independente nas quais tinha conta. Poderia até ser uma decisão sensata e zelosa se não estivéssemos falando de cinco relatórios distintos que, para quem não olha o contexto geral, mais podem atrapalhar do que contribuir.

A carteira de investimentos do meu mentorando mostrava uma rentabilidade ruim, um desbalanceamento entre renda fixa e variável e alocações aleatórias na bolsa de valores. Como é possível tal resultado sendo que seus investimentos refletiam os melhores produtos indicados por especialistas do mercado financeiro? Explico.

 

O que são e como funcionam as carteiras recomendadas?

 

O objetivo é nobre: facilitar a vida dos investidores que não têm tempo, afinidade e conhecimento para escolher os melhores produtos para suas aplicações, e não só isso. Os investidores experientes e apaixonados por investimentos também fazem bom uso dos relatórios ao usá-los para embasar suas escolhas e ter mais segurança sobre suas decisões de compra e venda.

As carteiras recomendadas são produzidas por bancos, corretoras e casas de análise independentes. Os analistas das instituições analisam o mercado, os produtos disponíveis e justificam suas sugestões fornecendo também informações complementares, como histórico de rentabilidade, risco e potencial de retorno, dentre outros.

Quais são os tipos de carteiras sugeridas?

Há vários tipos de carteiras recomendadas no mercado e, em primeiro lugar, o investidor recebe da instituição aquela que condiz com o seu perfil de investidor (que basicamente se divide em conservador, moderado e arrojado).

Algumas carteiras podem ter abordagens complementares, como a classificação dos produtos para a composição da carteira, liquidez e até volatilidade. Já outras carteiras são constituídas de acordo com os objetivos dos investimentos, como recebimento de dividendos e potencial de valorização no longo prazo, por exemplo.

Quais são os pontos de atenção?

Recomendada é diferente de perfeita. Como essas carteiras são disponibilizadas para todos os clientes da instituição, e mesmo que considerem o perfil de investidor e reflitam o objetivo principal do investidor, as recomendações são feitas de maneira geral, e não individualmente.

Por não serem recomendações personalizadas, o resultado dessas carteiras certamente peca por não conseguir atender perfeitamente as necessidades ou expectativas do investidor. Além disso, cada instituição monta sua carteira de acordo com uma inteligência única, que combina o balanceamento entre setores e características de cada ativo. A solução? Idealmente, o investidor deve escolher uma carteira recomendada para chamar de sua e não misturar escolhas de diferentes instituições e analistas.

Aproveite, sim, as sugestões das carteiras recomendadas, mas considere o que faz sentido para você.

Um beijo e nos vemos no próximo conteúdo sobre finanças pessoais! Até mais!