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Morre Fernando Pacheco Jordão, um dos grandes nomes do jornalismo no Brasil

Um dos criadores do jornalismo na TV Cultura e diretor de programação pós-ditadura da emissora, ele passou também por veículos como Estadão, Globo e BBC


14/09/2017 17h30

Faleceu na manhã desta quinta-feira Fernando Pacheco Jordão, um dos grandes responsáveis pela criação do jornalismo na TV Cultura. Em 1968, após ter trabalhado para a BBC, retornou de Londres para criar o ‘Foco na Notícia’, primeiro telejornal da emissora, que posteriormente passou a se chamar ‘Hora da Notícia’.

Iniciou sua carreira em 1957, quando trabalhou como redator e locutor de rádio jornal, na antiga Organização Victor Costa, em São Paulo, que englobava as rádios Nacional, Excelsior e Cultura. Passou pela Radio Difusora, onde foi secretário dos rádio jornais e também locutor. Concomitantemente a esse trabalho, atuou como copydesk do jornal O Estado de S. Paulo. Mais tarde, chegou à televisão para exercer a função de editor e apresentador do ‘Show de Notícias’, telejornal inovador da TV Excelsior. Em 1964, trabalhou em Londres na BBC, até retornar ao Brasil para fazer parte da criação do jornalismo na TV Cultura. Posteriormente, atuou na TV Globo como editor do Jornal Nacional em São Paulo e diretor do Globo Repórter. Foi também correspondente internacional em Londres pela revista IstoÉ e em Paris pela Editora Abril, até se despedir das redações e se dedicar à assessoria de imprensa em campanhas eleitorais.

Além da rica carreira jornalística, Fernando Pacheco Jordão foi um dos maiores nomes na resistência contra a censura e a tortura da ditadura militar. Escreveu um dos principais documentos que ilustrava a violência do período, o livro ‘Dossiê Herzog - Prisão, Tortura e Morte no Brasil’, o mais completo documento sobre a morte de Vladimir Herzog. Fernando foi amigo e companheiro de profissão de Herzog, quando trabalharam juntos no Estadão e na BBC.

Foi diretor do Sindicato dos Jornalistas e braço direito do presidente Audálio Dantas na resistência que culminou no documento ‘Em nome da verdade’. Assinado por 1004 jornalistas, o manifesto exigia explicações das autoridades da ditadura sobre a morte de Herzog.

Pacheco Jordão morreu aos 80 anos, após longa luta contra um AVC. Há 40 dias estava internado e foi vítima de uma pneumonia.

Assista ao Provocações com o jornalista, exibido em 2000:


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