O número de internações de crianças e adolescentes de zero a 14 anos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) cresceu em 2021 e já supera o total do ano passado em 17%. As crianças de zero a 4 anos foram as mais afetadas, com um aumento de 35% entre um ano e outro.
Sobre os motivos desse aumento e a relação da síndrome com a Covid-19, o Jornal da Tarde conversou com o infectologista Victor Horácio, vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, uma das referências em pediatria no país. Segundo o doutor, um dos fatores para a proliferação dos casos é a mudança climática.
“Locais onde você tem o clima mais frio, e que as pessoas ficam mais tempo juntas, acaba sendo um fator importante de risco. O outro fator é que a testagem de vírus aumentou muito em virtude do Covid-19. Então hoje a gente acaba fazendo mais diagnósticos das infecções virais em virtude da necessidade de confirmar ou descartar o novo coronavírus”, explica.
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Em se tratando de sintomas da doença, o médico relata que existem três sinais principais que pais e responsáveis devem estar atentos, são eles obstruções de via respiratória, presença de febre duradoura e tosse.
“Tosse com febre e obstrução nasal já pode ser o início da abertura de um quadro de síndrome respiratória que no final acaba evoluindo muitas vezes para a clássica dificuldade respiratória que é insuficiência respiratória que acomete as crianças”, comenta Horácio.
“O tratamento na grande maioria das vezes é sintomático, você pode fazer inalação, descongestionante tópico nasal e, em casos mais graves, oxigenoterapia. Sempre com acompanhamento médico e lembrando da importância de não realizar automedicação em casa”, completa o médico.
Assista na íntegra a entrevista com o infectologista Victor Horácio no trecho que foi ao ar esta quarta-feira (6) no Jornal da Tarde:
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