O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresenta nesta quarta-feira (20), o relatório final das atividades do colegiado. O documento deve pedir o indiciamento de 70 pessoas e duas empresas supostamente envolvidas em crimes na gestão da pandemia de Covid-19, entre elas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O relatório atribuía a Bolsonaro 11 crimes, porém, na noite desta terça-feira (19), o G7, grupo majoritário da CPI, decidiu retirar a acusação de genocídio de indígenas e homicídio qualificado. Desta forma, totalizam nove crimes atribuídos ao presidente da República, dentre eles epidemia com resultado de morte, infração a medidas sanitárias, emprego irregular de verba pública, crimes contra a humanidade, crime de responsabilidade, e mais.

O relatório seria apresentado na terça-feira (19), para votação nesta quarta, mas divergências sobre o texto acabaram levando ao adiamento. Senadores do G7 se desentenderam com Renan após o vazamento de trechos do documento à imprensa antes da apresentação ao colegiado.

O relatório final tem mais de mil páginas, divididas em 16 capítulos, e foi elaborado com base nos mais de 50 depoimentos, mais de 60 reuniões, 251 quebras de sigilo e centenas de documentos recebidos pela comissão.

Depois de aprovado pela comissão, o documento será encaminhado a outros órgãos, como Procuradoria-Geral da República (PGR), Ministério Público nos estados e Tribunal de Contas da União (TCU), para que tomem as medidas cabíveis. A data da votação do relatório final está prevista para o dia 26.

A CPI da Covid foi instalada em 27 de abril para apurar ações e omissões do governo federal e fiscalizar o eventual desvio de recursos repassados da União para estados e municípios no enfrentamento à pandemia.

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