A Polícia Federal deflagrou a Operação Terra Desolata, nesta quarta-feira (27), com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que extraía e comercializava ouro ilegalmente no sul do Pará, na terra indígena Kayapó.
Os policiais cumprem 62 mandados de busca e apreensão, e 12 mandados de prisão preventiva expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da SJPA. A Justiça determinou ainda o bloqueio de aproximadamente meio bilhão de reais das contas dos investigados, além de 5 aeronaves, bens imóveis de 47 pessoas físicas e jurídicas, 14 bens móveis e ordenou a suspensão da atividade econômica de 12 empresas.
As medidas estão sendo cumpridas nos estados do Pará, Amazonas, Goiás, Roraima, São Paulo, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Distrito Federal.
As investigações, que tiveram início em 2020, apontaram três níveis em que as ações criminosas ocorriam. O primeiro, são os garimpeiros comuns que extraem e vendem ouro sem permissão para os intermediários, que estão no segundo nível. Estes revendem o ouro para grandes empresas - terceiro nível - para no fim injetá-lo no mercado nacional, ou exportá-lo. Cerca de uma tonelada de ouro é extraído de forma ilegal das terras indígenas do sul do Pará todos os anos.
Além das extrações e vendas, a investigação também identificou a existência de garimpo em áreas particulares com suspeita de trabalho análogo à escravidão, que serão objeto de busca e apreensão em ação conjunta com o Ministério Público do Trabalho.
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