Bolsonaro concede a si mesmo homenagem de Mérito Científico

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reconheceu a si mesmo o título de grão-mestre da Ordem Nacional do Mérito Científico - honraria reservada a "personalidades nacionais e estrangeiras que se distinguiram por suas relevantes contribuições prestadas à Ciência, à Tecnologia e à Inovação".

O decreto, publicado nesta quinta-feira (4) no Diário Oficial da União (DOU), também condecora os ministros Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), Carlos França (Relações Internacionais), Paulo Guedes (Economia) e Milton Ribeiro (Educação).

Apesar de ser a primeira vez que um líder negacionista científico é condecorado, a homenagem é regimental. Desde 2002, quando Fernando Henrique Cardoso e o então secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, Ronaldo Sardenberg, assinaram o decreto que ainda está em vigor, o presidente da República é agraciado com o título de grão-mestre, e o ministro da Ciência, com o de chanceler.

Além das autoridades do governo, outras 32 personalidades, entre professores e pesquisadores de diversas áreas da ciência, também receberam a ordem.

A condecoração de Bolsonaro acontece pouco após a CPI da Covid sugerir o indiciamento dele por nove crimes: epidemia com resultado morte; charlatanismo; incitação ao crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas, infração de medida sanitária preventiva, prevaricação, crime contra a humanidade e crime de responsabilidade.

O presidente também não se vacinou contra a Covid-19, defende rotineiramente medicamentos com ineficácia comprovada para o tratamento da doença, e não costuma usar máscara de proteção mesmo em aglomerações.

Além disso, este ano, o principal órgão de financiamento de pesquisas do Brasil, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) registrou o menor orçamento dos últimos 20 anos.

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