Fundação Padre Anchieta

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A vasta experiência do psiquiatra e psicanalista Flávio Gikovate em trabalhos psicoterapêuticos permitiu que ele compreendesse com tanta singularidade nossas escolhas, os rumos que tomamos e o mundo que construímos. Detentor de tanto conhecimento, ele trouxe, ao longo de mais de uma década, contribuições valiosas ao Café Filosófico. Para homenagear o especialista que faleceu em 2016, o programa relembra, em edição especial, uma série de reflexões realizadas por ele na atração. Vai ao ar neste domingo (22/10), às 21h, na TV Cultura e no YouTube.

Com linguagem simples e bem-humorada, porém bastante crítica, Gikovate costumava abordar a forma como lidamos com o cotidiano e nossos relacionamentos interpessoais, as dificuldades das relações amorosas, as diferenças entre as percepções da mulher e do homem, a separação entre amor e sexo – que, para ele, não deveriam ser considerados um mesmo fenômeno, mas como dois mecanismos completamente distintos, muitas vezes até em oposição – entre outros assuntos.

Sua análise sobre todas essas questões foram bastante influenciadas pela maneira que encarava a psicologia. Em uma de suas palestras no Café Filosófico, ao tratar sobre os caminhos para a transformação do ser humano, Gikovate deixou claras muitas de suas linhas de pensamento. Apesar de psicanalista, entendia as limitações das ideias freudianas e via a psicologia como ciência em permanente evolução, já que, como não está alheia às questões históricas e seus impactos sobre a mente humana, precisa acompanhar as mudanças sociais e culturais da humanidade.

Ainda ciente de que os conceitos de Freud não podem ser cristalizados, ele questionava o inconsciente freudiano ao abordar as dualidades concretas que existem nas pessoas. Em sua tese, essa dualidade não seria justificada, parte pelo consciente e parte pelo inconsciente, mas revelaria nossas verdadeiras emoções, sentimentos e pensamentos, muitos dos quais em antagonismo ao pensamento oficial da sociedade.

Essa maneira de compreensão do ser humano traz grandes mudanças ao trabalho psicoterapêutico, já que, como dizia Gikovate, não se trata mais tanto de tentar decodificar o inconsciente do paciente, mas sim de conhecê-lo o suficiente para definir suas ações concretas e práticas para que, assim, ele obtenha qualidade de vida melhor.

O Café Filosófico é uma parceria entre o Instituto CPFL e a TV Cultura para a difusão, pela televisão e por meio do canal do programa no YouTube, de ideias de grandes pensadoras e pensadores contemporâneos sobre temas que resvalam o cotidiano.