Os pedidos para a inclusão de bolsonaristas investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na lista de procurados pela Interpol, em Lyon (França), ainda não foram atendidos pela organização.
Com representantes de polícias de cerca de 200 países, a Interpol deixou de fora o caminhoneiro Marcos Gomes, conhecido como Zé Trovão, e ainda segura o pedido do STF para colocar o blogueiro Allan dos Santos na difusão vermelha.
Em geral, após receber os pedidos, a Interpol deveria incluir os nomes automaticamente, o que não ocorreu dessa vez, de forma inédita, informa reportagem da Folha de S.Paulo.
Os dois apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) são alvos de investigações cujo relator é o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.
O caminhoneiro teve um pedido de prisão expedido por Moraes por causa da participação na organização dos atos de 7 de setembro, ficou foragido no México e não foi incluído pela Interpol até retornar ao Brasil e se entregar à Polícia Federal.
Allan dos Santos teve a prisão e extradição decretada em 5 de outubro no inquérito que apura a existência de uma milícia digital para atacar a democracia e as instituições.
Desde então o Brasil acionou os Estados Unidos, onde Santos mora, por meio do DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional), e enviou o pedido à Interpol para inclusão na difusão vermelha.
Como a Polícia Federal representa o Brasil na Interpol, é por meio dela que os pedidos com base em decisões judiciais chegam à Interpol. No caso de Allan dos Santos, a decisão de Moraes foi enviada há mais de três semanas.
Segundo a normativa do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), a difusão vermelha deve ser acessada em casos de "ordem de prisão por decisão judicial criminal definitiva, de sentença de pronúncia ou de qualquer caso de prisão preventiva em processo crime".
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