Brasil tem cerca de 10 vezes mais crianças e adolescentes mortos pela Covid-19 do que EUA e Europa
Levantamento foi feito pelo infectologista Marco Aurélio Sáfadi; Ministério da Saúde posterga imunização deste grupo
22/12/2021 19h20
Enquanto o Ministério da Saúde posterga a inclusão de crianças de cinco a 12 anos no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, um levantamento mostra a urgência da decisão. No Brasil já morreram cerca de dez vezes mais crianças e adolescentes vítimas do coronavírus que nos Estados Unidos e Europa.
O pediatra e infectologista Marco Aurélio Sáfadi, autor do estudo, chama atenção para o número aproximado de 2.600 mortes de crianças atribuídas à Covid-19 e de mais de 30.000 hospitalizações causadas pelo vírus nesse grupo etário.
“Quando a gente olha, por exemplo, número americanos, eles têm menos de um terço das nossas mortes. Um país que tem uma população maior que a do Brasil”, comenta Sáfadi.
Um novo estudo da Fiocruz confirma a necessidade, inclusive estratégica, de vacinar as crianças. De acordo com a pesquisa, sem a imunização da faixa etária entre 5 e 11 anos, o Brasil só vai conseguir atingir no máximo 85% da população com as vacinas. O número pode não ser suficiente para conter a pandemia no país.
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Na última terça-feira (21), A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) voltou a analisar a vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, como mais uma opção de vacina para proteger crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos. Segundo a agência, ainda são necessários mais dados que comprovem a eficácia e a segurança do imunizante nesse grupo.
Atualmente o Brasil tem apenas o imunizante da Pfizer como vacina autorizada a partir dos cinco anos de idade. No entanto, o Ministério da Saúde mantém a posição de não se manifestar sobre o uso ou não da vacina até o dia 5 de janeiro do ano que vem.
O governo também informou que vai abrir uma consulta pública para que a população se manifeste a respeito da vacinação de crianças contra Covid-19. “O Ministério colocar essa assunto para uma consulta pública me parece tão estranho quanto um médico perguntar para um paciente qual medicamento ele deve receitar”, comenta o epidemiologista e ex-secretário em vigilância em saúde Wandersson de Oliveira.
Veja mais sobre o tema na matéria que foi ao ar esta quarta-feira (22) no Jornal da Tarde:
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