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Economia será tema central no processo de decisão de voto em 2022, afirma cientista político no Opinião

Programa desta semana discute quais são os fatores determinantes para que os brasileiros escolham um candidato nas eleições de outubro


12/01/2022 13h01

Em outubro de 2022, os eleitores brasileiros elegerão os próximos deputados estaduais e federais, senadores, governadores e o presidente da República. Faltando menos de 10 meses para o primeiro turno, o programa Opinião desta semana discute o que a população leva em consideração na hora de definir o voto.

A jornalista e apresentadora Andresa Boni recebe Maurício Moura, economista e presidente do Instituto Ideia, e Jairo Pimentel, cientista político e sócio da Ponteio Política, para comentarem o tema. Entre os tópicos abordados, eles respondem se o voto tem caráter mais racional ou emotivo, e quais são os fatores determinantes para escolher um candidato.

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Para o economista Maurício Moura, o voto é uma manifestação emocional do eleitor, mas diferentemente do que ocorreu em 2018, quando existiam sentimentos de raiva e indignação ao sistema político, as eleições de 2022 devem se pautar a partir de perspectivas econômicas e de saúde.

“Em 2018, houve uma onda global, que o Brasil fez parte, de um voto antissistema. Na Europa e nos Estados Unidos surgiram movimentos de eleitores que queriam votar em partidos e pessoas que não tivessem nenhuma relação com o sistema político vigente”, lembra.

Moura relata que, após os candidatos serem eleitos e ingressarem no Poder, tornou-se mais difícil sustentar o discurso antipolítica e antissistema. Com isso, o movimento perdeu a força e o eleitor se voltou a soluções mais pragmáticas. Ele crê que o mesmo ocorrerá no Brasil em 2022.

“O país teve o ápice dessa onda antissistema e antipolítica, que permeou não só a eleição presidencial de 2018, como as eleições de assembleias estaduais. Nas eleições de 2022, até pelo senso de urgência que temos, o marketing político vai ser muito mais voltado para coisas mais tangíveis, como a economia, por exemplo”, diz o economista.

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Jairo Pimentel complementou dizendo que a agenda política mudou desde as últimas eleições gerais. “[Na época] havia uma indignação por conta de desdobramentos das investigações contra a corrupção – sendo a Operação Lava Jato a mais famosa”, comenta.

“Hoje, sobretudo por conta da pandemia, a agenda mudou para a questão econômica. Os governantes estão mais preocupados em cuidar da população; e os eleitores estão preocupados em [escolher] governantes que tenham a experiência necessária para tratar de temas relevantes no campo econômico”, complementa o cientista político.

Pimentel também aponta que as eleições municipais de 2016 serviram de antecipação para o que ocorreu em 2018 e 2020. Como exemplo, ele cita a eleição de candidatos de ‘fora da política’, como João Doria (PSDB), em São Paulo, e Alexandre Kalil (PSD), em Belo Horizonte, mas destaca que o perfil do eleitor mudou.

“Em 2020, tivemos a volta da política tradicional. O sentimento antissistema e antipolítica foi deixado de lado e nós elegemos mais prefeitos que já estavam no cargo, inclusive com uma alta taxa de reeleição à época”, comenta.

Na mesma proporção, segundo ele, as eleições de 2020 também indicam os desejos para este ano. “Para 2022, a volta da política tradicional, sobretudo do tema da economia, vai ser central no processo de decisão de voto”, finaliza o entrevistado.

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O Opinião completo vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h30 desta quarta-feira (12).

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