O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Polícia Federal (PF) ouvir o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub em até cinco dias. O motivo são as declarações realizadas pelo ex-parlamentar sobre os ministros da Corte em uma transmissão nas redes sociais.
Moraes afirma que durante a entrevista, que ocorreu na última semana, Weintraub deu "diversas informações falsas acerca da atuação do Supremo Tribunal Federal e de condutas relacionadas a um de seus membros".
O pedido do Moraes ocorre no âmbito do inquérito das fake news, que investiga ameaças contra os ministros do STF. No entanto, determinou que o trecho da entrevista seja analisada em um procedimento separado, pois ainda não se trata de um inquérito, e sim de uma etapa prévia.
“Em uma primeira análise, é possível constatar que as condutas perpetradas pelo entrevistado Abraham Weintraub se assemelham às investigadas no âmbito do Inquérito 4.781 [inquérito das fake news], razão pela qual se mostra necessária a adoção de medidas destinadas à completa elucidação dos fatos”, afirmou o ministro.
O ministro deu 48 horas para o Youtube disponibilizar "a íntegra do material relacionado à entrevista". Moraes ainda ordenou que o processo seja enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR). A Procuradoria tem até dez dias para se manifestar sobre o caso.
Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, o ex-ministro da Educação disse que um dos ministros da Corte é parcial. Weintraub não citou nomes e também não apresentou provas.
Abraham foi morar nos Estados Unidos em 2020, quando se tornou investigado do STF por ataques aos ministros da Corte. Na época, o presidente Jair Bolsonaro (PL) o exonerou de comandante do Ministério da Educação, mas fez uma indicação para um cargo no Banco Mundial.
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