O Linhas Cruzadas desta quinta-feira (10) falou sobre a adolescência. Mas quando os conceitos de ‘criança’ e ‘adulto’ deixaram de ser considerados as únicas fases da vida?
Segundo Pondé, os primeiros registros aconteceram na literatura do século 18.
“Há um razoável consenso de que o livro “Emílio, ou da educação”, de Rousseau, é uma primeira peça em que aparece de forma clara da ideia do que a gente chama de adolescente, ou seja, de alguém na faixa dos 13 aos 15 anos e que será formada para que seja melhor do que quem veio antes”, explicou o filósofo.
Leia mais: “Adolescência é uma liberdade de escolhas cheia de angústias e incertezas”, afirma psicanalista
Cientificamente, o conceito tem relação com o desenvolvimento do cérebro, como pontuou a apresentadora Thaís Oyama: “A neurociência descobriu que o córtex pré-frontal do adolescente demora mais para atingir a maturidade, e essa parte regula ações como o medo e o risco, que ficam desequilibradas no jovem”.
O professor da UFPR Fernando Louzada, doutor em neurociência, explicou que o córtex pré-frontal é a última parte a ficar maduro, por isso ao longo da adolescência observamos mudanças comportamentais. Segundo Fernando, esse é um quesito que deve ser levado em consideração na hora de discussões importantes, como a maioridade penal.
“É como se o futuro fosse incorporado aos poucos no nosso pensamento e nas nossas ações, porque o adolescente pensa no presente [...] É óbvio que isso tem implicações relevantes para a educação, de como a escola pode auxiliar, e também para questões legais, porque esse fato tem que ser considerado na discussão da maioridade penal”, afirmou o professor.
Veja o trecho completo:
Leia também: Quem entende os adolescentes?
Assista ao programa na íntegra:
Exibido às quintas, Linhas Cruzadas é parte da faixa de jornalismo da TV Cultura que traz uma atração diferente para cada dia da semana após o Jornal da Cultura. Sob o comando de Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama, o debate semanal vai ao ar sempre às 22h.
REDES SOCIAIS