Entre todas as pessoas que já tiveram suas casas revistadas por ações policiais, as pessoas negras representam 79% dos casos no Rio de Janeiro. A pesquisa foi feita pelo Datafolha e encomendada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec).
De acordo com o levantamento, as abordagens policiais a pessoas negras são superiores ao total da soma entre pretos e pardos na capital fluminense, comparando dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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Os casos em que os policiais “enquadram” pessoas têm como alvo negros em 63% dos ocorridos. A pesquisa ‘Elemento Suspeito: Racismo e abordagem policial no Rio de Janeiro’ compara a primeira edição, feita em 2003, e a mais nova, realizada quase 20 anos depois, para atestar o que mudou durante este período em relação à experiência das pessoas negras com a força policial na cidade.
A pesquisa ainda pontua que pessoas negras são as que mais presenciam cidadãos sendo agredidos por policiais, em um total de 70%, e com maior proporção de amigos negros detidos ou presos, que corresponde à 66%.
As violências nas ações também aumentaram. Em 2003, ameaças nas abordagens policiais aconteciam em 6,5% dos casos. Hoje, o registro é de 23%. A arma apontada para o detido ainda é experiência mais comum nos casos violentos.
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