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Diplomata da Ucrânia no Brasil afirma que "imparcialidade" não se aplica quando se conhece “o agressor”

Anatoliy Tkach criticou posição do presidente Jair Bolsonaro de "neutralidade" em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia


01/03/2022 17h50

O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, criticou nesta terça-feira (01) a posição de neutralidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a invasão russa à Ucrânia. Segundo ele, "imparcialidade" não se aplica quando se sabe quem é o agressor.

"Nós sabemos quem é o agressor. Há vítimas. Não entendo como que imparcialidade pode se aplicar nessa situação", disse.

A declaração aconteceu durante entrevista na sede da embaixada, em Brasília. Anatoliy Tkach foi questionado sobre a posição do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, sobre a fala de Bolsonaro de neutralidade.

Leia mais: Embaixada pede que brasileiros deixem capital da Ucrânia “com urgência"

Em entrevista à Globonews na última segunda (28), França disse que: "Nossa posição é de equilíbrio. Ela não é de neutralidade. Eu penso que quando o presidente [Jair Bolsonaro] falou em neutralidade ele pensava em imparcialidade. Eu acho que essa nossa posição é uma posição de equilíbrio, uma posição dedicada à busca do diálogo e da reconciliação”.

O chefe do Executivo brasileiro disse ontem que “não tem o que conversar” com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenky. Anatoliy Tkach foi questionado sobre a fala de Bolsonaro.

“Eu acho que ele [Bolsonaro] poderia começar com uma palavra de solidariedade, expressando solidariedade com o povo ucraniano”, declarou.

O encarregado ainda deu mais informações sobre o sexto dia de invasão russa no país. “Até agora as perdas da Rússia foram 5.700 pessoas, entre mortos e feridos, 200 presos, 29 aeronaves, 29 helicópteros, 198 tanques, 8046 veículos blindados de diferentes tipos, 77 sistemas de artilharia, 24 sistemas de lançamentos múltiplos de mísseis, 305 caminhões, 60 sistemas de combustível (...) sendo incapazes de quebrar a defesa da Ucrânia”, explicou.

Leia também: Novo encontro entre governos de Rússia e Ucrânia deve acontecer nesta quarta (2)

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