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“O equilíbrio é a posição mais sensata por parte do governo”, diz Bolsonaro sobre guerra na Ucrânia

Presidente não criticou diretamente o ataque russo à Ucrânia; conflito completa oito dias nesta quinta (3)


03/03/2022 21h00

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre a guerra na Ucrânia nesta quinta-feira (3). As declarações foram realizadas durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Segundo o chefe do Executivo, “o Brasil continua na posição de equilíbrio”.

“Muita gente questiona que o presidente precisa ter uma posição mais firme de um lado ou de outro. O Brasil continua numa posição de equilíbrio. Nós temos negócios com os dois países. Não temos a capacidade de resolver esse assunto. Então o equilíbrio é a posição mais sensata por parte do governo federal”, afirmou o presidente.

O conflito entre Rússia e Ucrânia completou oito dias nesta quinta. O presidente Jair Bolsonaro sofre pressão para se posicionar de forma mais “firme” desde o início da invasão russa, pois não condenou diretamente os ataques de Vladimir Putin à Ucrânia. 

No último domingo (27), o presidente concedeu uma entrevista no Guarujá, cidade onde passou o feriado de carnaval, e afirmou: “No meu entender, nós não vamos tomar partido. Nós vamos continuar pela neutralidade e ajudar no que for possível em busca da solução".

Leia mais: Bolsonaro conversa com Boris Johnson por telefone sobre guerra na Ucrânia

O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, criticou a posição de neutralidade do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, "imparcialidade" não se aplica quando se sabe quem é o agressor.

Os candidatos à presidência da República da "terceira via" divulgaram na última terça-feira (1) uma nota em que pediam um posicionamento do Brasil em relação à invasão. O manifesto foi assinado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro (Podemos) e Felipe d'Avila (NOVO).

O pronunciamento dos pré-candidatos criticam a posição de neutralidade brasileira. “A defesa da paz, da soberania nacional e da legitimidade da ordem internacional sempre pautou a política externa brasileira. Quando esses princípios cardeais são violados, não há espaço para neutralidade”, afirma o pronunciamento.

Na contramão das críticas, o chefe do Executivo disse ainda que o país fará o possível pela paz. “Nós torcemos pela paz. A guerra não vai produzir efeitos benefícios para nenhum dos dois países, muito menos para o mundo. Qualquer conflito, nós estamos vendo, as consequências estão aí”, completou na transmissão.

Cessar-fogo

O presidente Jair Bolsonaro conversou por telefone nesta quinta com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. A informação foi divulgada pela assessoria do governo britânico.

Segundo o governo britânico, os dois concordaram em pedir cessar-fogo urgente no país ucraniano e pediram paz na região. Além disso, Boris Johnson condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Visto humanitário

O Brasil concedeu hoje o visto humanitário a refugiados ucranianos, por seis meses. A portaria foi assinada pelos ministros das Relações Exteriores, Carlos França, e da Justiça, Anderson Torres, em edição extra do DOU (Diário Oficial da União).

A portaria terá validade até 31 de agosto de 2022. Na última segunda-feira (28), Bolsonaro anunciou que concederia a entrada de ucranianos refugiados no país.

Leia também: Brasil concede visto humanitário de seis meses a refugiados da guerra da Ucrânia

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