Quatro meses após uma denúncia de racismo, a varejista Zara e o Shopping Bahia fecharam um acordo extrajudicial com o estudante negro Luiz Fernandes Júnior para não levar o processo adiante. O termo de confidencialidade do acordo impede que as partes revelem o valor da indenização.
Júnior nasceu em Guiné-Bissau e cursa mestrado na na Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira). Ele registrou um boletim de ocorrência após ser discriminado por uma atendente da loja e por um segurança do shopping em dezembro do ano passado.
A cena foi filmada e viralizou nas redes sociais. “Você não tem vergonha na cara? Um preto não tem orgulho de você. Eu sou preto como você. Eu tenho cartão, eu compro o que eu quiser. Não, não tem nada a ver. Olha o meu documento”, diz Júnior ao segurança.
Segundo pessoas que presenciaram o fato, o cliente já tinha deixado a loja, mas foi pedido pelos atendentes que voltasse para que segurança revistasse os pertences dele.
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Segundo o advogado de Fernandes, Thiago Thobias, o acordo foi celebrado no dia 7 de abril.
Outros processos
Mesmo com o acordo feito com o estudante, a Zara e o shopping deverão responder por um processo na esfera cível proposta pela Educafro.
A ação civil pública foi movida pela Educafro devido a outra acusação de discriminação racial praticada por funcionários de uma unidade da Zara em Fortaleza.
Zara Zerou
Em setembro de 2021, uma delegada negra denunciou a loja da Zara do shopping Iguatemi de Fortaleza (CE). Durante as investigações, foi descoberto que os funcionários eram instruídos pelo autofalante a abordar clientes ‘suspeitos’ com base no código ‘Zara Zerou’.
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