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Cármen Lúcia cobra investigação sobre estupro e morte de jovem Yanomami

Jovem de 12 anos foi estuprada por garimpeiros na comunidade Aracaçá, em Roraima


28/04/2022 19h13

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou nesta quinta-feira (28) do Ministério Público (MP) e de autoridades de Justiça a investigação do caso da jovem de 12 que foi estuprada e morta em uma comunidade na região de Waikás, em Roraima.

A declaração foi realizada durante o início da sessão de julgamento na Corte. Os ministros voltaram a analisar pedidos da pauta verde, que tem discussões sobre irregularidades do governo em relação à preservação do meio ambiente e de territórios indígenas.

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"Não é possível calar ou se omitir diante do descalabro de desumanidades criminosamente impostos às mulheres brasileiras, mais ainda as indígenas, em situação de enorme vulnerabilidade, que estão sendo mortas pela ferocidade desumana e incontida de alguns", destacou a ministra.

"Parece que a civilização tem um significado apenas para um grupo de homens", destacou em outro momento”, completou.

Segundo relatos da comunidade Yanomami, a menina foi abusada por garimpeiros. O relato do caso foi feito pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, na última segunda (25).

A ministra destacou a crueldade do caso. O Ministério Público Federal afirma que investiga o caso.

"Essa perversidade, acho, senhor presidente, é a minha palavra, não pode permanecer como dados estatísticos, como fatos normais da vida. Não são. Nem podem permanecer como notícias”, afirmou a ministra.

"O Poder Judiciário atua mediante provocação. O cidadão atua pela dor, como a provocada (neste caso), que poderia ser em qualquer parte do planeta, em uma crueldade letal contra as mulheres. Esta perversidade não pode permanecer apenas como dados estatísticos e notícias, como se fossem fatos normais da vida, não são. Nem podem permanecer como notícias que se formalizam em intermináveis processos que nunca esclarecem nem punem os autores das barbáries praticadas. "Que não se continue a fazer silêncio ao direito constitucional à vida", argumentou.

O presidente do STF, Luiz Fux, disse que o caso é "gravíssimo" e informou que será direcionado aos observatórios dos Direitos Humanos e do Meio Ambiente do Conselho Nacional de Justiça.

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