Presidente do TSE diz que “jamais” aceitará intervenções nas eleições
Declaração acontece após o presidente Jair Bolsonaro sugerir uma contagem paralela de votos feita pelas Forças Armadas nas eleições
29/04/2022 20h51
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, disse nesta sexta-feira (29) que a Justiça Eleitoral não aceitará intervenção nas eleições. O magistrado afirmou que o tribunal segue disponível para colaborações e parcerias. A declaração foi realizada durante evento em Curitiba (PR).
“Colaboração, cooperação e parcerias proativas para aprimoramento, a Justiça Eleitoral está inteiramente à disposição. Intervenção, jamais”, argumentou Fachin.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, durante um ato político na noite da última quarta-feira (27), que as Forças Armadas sugeriram, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma contagem paralela de votos feita por militares nas eleições.
“Uma das sugestões é que, esse mesmo duto que alimenta na sala secreta os computadores, seja feita uma ramificação um pouquinho à direita para que tenhamos do lado um computador também das Forças Armadas para contar os votos no Brasil”, afirmou o chefe do Executivo.
Durante o discurso, o presidente ainda voltou a comentar sobre o voto impresso. "Não se fala ali em voto impresso. Não precisamos de voto impresso para garantir a lisura das eleições, mas precisamos de ter uma maneira, e ali naquelas nove sugestões existe essa maneira, para a gente confiar nas eleições", completou.
Segundo o presidente do TSE, quem está interessado na defesa da democracia "não incita a violência, não incita a desobediência" em relação ao resultado das eleições.
"Na vida brasileira de hoje tem muita neblina, mas na essência, a estrada é muito segura. Nós precisamos ver a estrada. Essa neblina vai passar, basta vir o sol da democracia e ela vai se dissipar", afirmou Fachin.
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