A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (5) um requerimento para a criação de uma comissão para que parlamentares acompanhem a situação de crianças, adolescentes e mulheres da comunidade Aracaçá, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A solicitação foi aprovada em uma votação simbólica.
A região vem sofrendo com o garimpo ilegal, além disso, há denúncia de violências praticadas por garimpeiros que frequentam ilegalmente Aracaçá. O requerimento aprovado tem autoria das deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Joenia Wapichana (Rede-RR)
A criação da Comissão acontece logo após as denúncias de que uma adolescente de 12 anos foi abusada e morta na comunidade Yanomami. Segundo relatos da comunidade, a menina foi abusada por garimpeiros. O caso foi divulgado por Júnior Hekurari Yanomami, líder indígena e presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana.
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Os Yanomamis ainda revelam outra denúncia, de que uma criança de três anos teria se afogado durante o ataque. A Polícia Federal (PF) esteve na comunidade para investigar, a PF encontrou o local queimado, sem a presença dos moradores. Nas redes sociais, os usuários subiram a hashtag “CADÊ OS YANOMAMI”, pedindo ações do governo sobre o desaparecimentos do povo.
“Diante de toda essa escalada de violência, a Câmara dos Deputados tem o dever de monitorar como estão sendo desenvolvidas as ações governamentais para esses povos. Para tanto, solicitamos a criação da Comissão Externa para acompanhar a situação dos povos indígenas yanomamis, principalmente da região de Waikás, na Terra Indígena Yanomami”, diz o documento protocolado por Erika e Joenia.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse nesta quinta que o MPF (Ministério Público Federal) tem como prioridade esclarecer o caso e fornecer respostas ao povo Yanomami.
A PGR trabalha em conjunto com a coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF), Eliana Torelly.
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