Estados Unidos admitem morte de centenas de crianças indígenas em internatos
O relatório detalha que muitos dos falecidos foram enterrados em locais não marcados, longe de suas tribos. Até agora, 53 cemitérios foram localizados
12/05/2022 11h52
Os Estados Unidos revelaram na última quarta-feira (11) os resultados de uma investigação que constatou a morte de centenas de crianças indígenas em internatos administrados pelo governo do país entre os séculos 19 e 20.
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A secretária do Interior do governo de Joe Biden e primeira mulher indígena a trabalhar no departamento, Deb Haaland, divulgou os primeiros resultados da investigação iniciada por seu departamento sobre esses internatos, que funcionaram no país entre 1819 e 1969.
De acordo com as primeiras conclusões, centenas de crianças morreram nesses internatos de “assimilação” espalhados por 37 estados dos EUA. Na época, existiam mais de 408 escolas federais.
O relatório detalha que muitos dos falecidos foram enterrados em locais não marcados, longe de suas tribos. Até agora, 53 cemitérios foram localizados, mas espera-se que muitos mais sejam encontrados.
O documento afirma ainda que, em muitas ocasiões, os internos, na sua maioria crianças, foram submetidos a trabalhos forçados e educados em estilo militar ou que foram proibidos, sob ameaça de castigos severos, de falar sua própria língua ou praticar sua religião.
“Venho de ancestrais que sobreviveram aos horrores das políticas de assimilação realizadas pelo próprio departamento que lidero. Agora, podemos ajudar no esforço de trazer de volta a história sombria dessas instituições que perseguiram nossas famílias por tanto tempo”, disse Haaland.
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