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Reprodução/Youtube/TV Cultura
Reprodução/Youtube/TV Cultura

O desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, no Vale do Javari, coloca os holofotes do mundo na região da Amazônia. Além da presença de garimpeiros e madeireiros ilegais, o crime organizado opera uma rota de escoamento de drogas que saem do Peru e da Colômbia.

O ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, conversou com o Jornal da Tarde, na TV Cultura, e detalhou as disputas de poder no Vale do Javari, o qual caracterizou como uma das áreas mais preservadas da Amazônia e onde há uma grande quantidade de indígenas isolados.

“O local é, infelizmente, dominado por uma organização criminosa que explora tráfico de drogas, madeira, garimpo… Tudo que é ilegal e que é possível ganhar dinheiro”, explicou Saraiva. “Na própria fronteira, Peru, Colômbia e Brasil, no lado peruano especialmente, existem grandes plantações de coca. Então existe uma rota importantíssima para mandar cocaína para Europa que é a rota dos Solimões”.

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Ele afirmou que o ciclo de economia criminosa da região afronta diretamente a vida dos indígenas: “Atinge de forma bastante prejudicial ao meio ambiente, especialmente no que diz respeito ao lançamento de mercúrio nas águas”.

O ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas identificou a falta de guardião no local como uma das causas do desaparecimento do indigenista e do jornalista. Nesse cenário, Saraiva responsabiliza o exército.

“Na região amazônica, só quem tem estatura para fazer um um enfrentamento a essas organizações criminosas, compostas em grande parte por estrangeiros, é o Exército Brasileiro, é a Marinha brasileira, é a Força Aérea Brasileira”, reforçou.

“Existe a lei complementar que trata da atuação das Forças Armadas e que dá poder de polícia para elas na faixa de fronteira, até 150km da parte de fronteira, além dos decretos que permitem às Forças Armadas que atuem também em unidade de conservação em terras indígenas para repressão a esses tipo de de crimes”, disse Alexandre Saraiva.

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O delegado, que já conheceu Bruno Pereira e Dom Phillips, lamentou seu desaparecimento. “O Bruno era uma pessoa que tinha muito jeito com pessoas, com gente. É uma pessoa que - Deus queira que não, ainda pode acontecer o milagre - que vai fazer muita falta na defesa da Amazônia, na defesa dos povos indígenas”, lembrou.

Veja a entrevista completa: