O prefeito de São Paulo classificou a greve de motoristas e cobradores de ônibus como "abusiva e irresponsável". O SindMotoristas (Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo) adotou desde a madrugada desta terça-feira (14) uma paralisação por 24 horas.
"É legítimo o sindicato lutar pelos funcionários, mas descumprir uma decisão judicial é ato antissindical", afirmou Ricardo Nunes (MDB).
O sistema estrutural, citado pelo prefeito, é o responsável pelas linhas que conduzem os usuários entre bairros até a região central e corresponde a 50% do sistema de ônibus da capital. Já o sistema local realiza trajetos entre os bairros. "O sistema estrutural parou em 100%, e o local funciona em 100%", completa o prefeito.
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Para romper com a greve, a SPTrans se apega a uma liminar concedida pela Justiça do Trabalho, no último dia 31, na qual determina a manutenção de 80% da frota. A multa diária para o caso de desobediência é de R$ 50 mil.
A SPTrans afirma, em um relatório protocolado no Tribunal de Justiça na manhã desta terça, que os membros do SindMotoristas optaram pela paralisação do sistema estrutural em todas as garagens.
Valdevan Noventa, presidente licenciado (para concorrer à eleição) do SindMotoristas, disse que entre 45% a 50% do transporte público seguem funcionando.
Na negociação, a categoria reivindica reajuste de 12,47% a partir de maio, e o setor patronal, representado pela SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo), concorda com o percentual, mas pretende pagá-lo apenas a partir de outubro.
"Depois de muita luta, propuseram o reajuste apenas a partir de outubro, o que não é aceitável. A categoria também reivindica pelo fim da hora de almoço não remunerada, o pagamento de 100% das horas extras e PLR [participação nos lucros ou resultados]", afirma o presidente em exercício do SindMotoristas, Valmir Santana da Paz, o Sorriso, em nota.
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