A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o inquérito que apura uma possível interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na investigação de corrupção no Ministério da Educação.
Na última semana, a ministra já tinha determinado que a PGR se manifestasse, porém, sobre o pedido de investigação feito por outro deputado de oposição: Reginaldo Lopes (PT-MG).
A investigação no MEC estava nas mãos da Justiça Federal, mas acabou voltando para o STF após a Polícia Federal e o Ministério Público apontarem indícios de que o presidente estaria atuando para atrapalhar as apurações.
De acordo com o Ministério Público, há indícios de que o presidente alertou o ex-ministro Milton Ribeiro, que é investigado, de que ele poderia ser alvo de busca e apreensão.
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Vale lembrar que o presidente não é alvo da investigação que apura as irregularidades dentro do MEC. Cabe à PGR avaliar se há elementos para investigar Bolsonaro sobre interferência.
Relembre o caso
A operação Acesso Pago investiga a cobrança de propinas de pastores a prefeituras para liberação de verbas. O ex-ministro Milton Ribeiro chegou a ser preso preventivamente e foi alvo de busca e apreensão, além de ter tido o sigilo bancário quebrado, por ordem do juiz federal Renato Borelli. Depois, ele acabou sendo solto.
Em uma interceptação telefônica, em 9 de junho, Ribeiro contou à filha que conversou com Bolsonaro e o presidente disse achar que fariam uma busca e apreensão contra o ex-ministro.
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O diálogo levou o MPF a apontar houve indícios de vazamento e "possível interferência ilícita por parte do presidente da República Jair Bolsonaro nas investigações".
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