O Roda Viva entrevista a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, nesta segunda-feira (22).
Goiana, é formada em Direito pela Universidade de Brasília e tem mestrado em Harvard, nos Estados Unidos. Ainda na adolescência, começou a se preparar para seguir carreira na área jurídica. Entrou para o Ministério Público Federal (MPF) como Procuradora da República em 1987. Em 2017, tornou-se a primeira mulher a assumir o mais alto cargo do Ministério Público Federal, nomeada pelo ex-presidente Michel Temer.
Como presidente da Procuradoria-Geral da República (PGR), enfrentou divergências de procuradores descontentes com sua gestão. Atuou em várias denúncias de corrupção que envolveram políticos de alto escalão e foi agraciada com a Ordem do Mérito do Ministério da Justiça.
A ex-procuradora é questionada sobre uma declaração que deu em sua última sessão como PGR, em setembro de 2019. À época, Dodge defendeu que o papel do MP e do STF era de proteger os valores democráticos.
"Protejam a democracia brasileira, arduamente erguida em caminhos de avanços e retrocessos, mas sempre sobre norte que a democracia é o maior modelo para construir uma sociedade de maior desenvolvimento humano", disse Dodge na ocasião.
A ex-PGR responde se as instituições estão protegendo a democracia.
“A sociedade civil se reuniu e se mobilizou para assinar uma carta alertando para os riscos de um retrocesso democrático no Brasil. Quando a sociedade civil se mobiliza com mais de um milhão de assinaturas, é sinal de que há uma concordância de que há ataques institucionais, ataques de grupos que se juntam com essa finalidade contra a democracia”, responde.
Naquele ano, de 2019, como antes também, eu detectava vários sinais de que estava em um curso um processo de ataque à democracia brasileiro. Na abertura do ano judiciário de 2019, eu afirmei que a democracia é o caminho. A Suprema Corte e o Tribunal Superior Eleitoral têm cumprido bem o papel de proteger a democracia”, argumenta.
Dodge também é questionada sobre o trabalho da PGR em defesa da democracia.
“Cada procurador-geral tem as suas contingências. Eu acredito que o trabalho do Ministério Público não se resume apenas ao trabalho da PGR, tem sido um compromisso com a defesa da Constituição e da ordem democrática. O procurador-geral [Augusto Aras] tem cumprido esse papel", destaca.
Augusto Aras é o atual procurador-geral da República. Aras é um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Com apresentação de Vera Magalhães, o programa irá ao ar ao vivo às 22h, na TV Cultura, site da emissora, canal do YouTube, Dailymotion, e nas redes sociais Twitter e Facebook.
Assista ao programa completo:
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