O ministro Mauro Campbell, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ordenou nesta quarta-feira (24) que os vídeos da reunião do presidente Jair Bolsonaro (PL) com embaixadores, realizada em 18 de julho, sejam apagados da TV Brasil e das redes sociais.
Segundo o magistrado, “o material veiculado em mídias sociais, em razão da proximidade do pleito, poderia, ainda, caracterizar meio abusivo para obtenção de votos, com o aumento da popularidade do representado, potencializada pelo lugar de fala por ele ocupado”.
A decisão ocorreu dentro de uma ação em que o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) pediu que o TSE derrube o registro de candidatura do presidente Jair Bolsonaro e do vice, Walter Braga Netto. A sigla ainda pede que a Corte Eleitoral os torne inelegíveis.
“Há risco evidente de irreversibilidade do dano causado ao representante e à própria Justiça Eleitoral, no que tange à confiabilidade do processo eleitoral, em razão da disseminação de informações falsas, relativamente ao sistema de votação e totalização de votos, adotado há mais de vinte anos por este Tribunal”, continuou o ministro.
Em julho, o presidente realizou uma reunião com embaixadores de cerca de 40 países, o encontro foi transmitido por canais oficiais do governo. Os argumentos apresentados pelo presidente sobre a segurança das urnas e do sistema eleitoral foram desmentidos por órgãos oficiais, principalmente pelo TSE, que já atestou a segurança das eleições e do sistema eleitoral.
Nesta quarta, A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma investigação preliminar para apurar se há indícios de crime na forma como o presidente atacou o sistema eleitoral na reunião com os embaixadores.
A vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, pediu para que a área técnica da PGR faça uma análise dos vídeos do encontro e sobre informações disponíveis a respeito da reunião.
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