Os desenvolvedores da adaptação para o português do aplicativo GraphoGame, utilizado pelo governo federal na Política Nacional de Alfabetização, afirmam que a ferramenta sozinha não é capaz de alfabetizar estudantes. A plataforma foi mencionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o debate na TV Bandeirantes, no último domingo (16).
Bolsonaro falou sobre o aplicativo ao ser questionado no debate sobre educação. "O nosso ministro da Educação tem um aplicativo, chama-se Graphogame. Em um celular, baixa o aplicativo, e a garotada fica assim, letra A, aparece o som de A. No tempo do Lula, a garotada levava três anos para ser alfabetizada. Agora, leva seis meses", disse.
O jogo, desenvolvido na Finlândia, teve seu conteúdo adaptado ao português pelo Instituto do Cérebro (Inscer), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
"A universidade explica que o aplicativo pode ser uma ferramenta de apoio, mas que sozinho não é capaz de alfabetizar. Este não foi e não é o objetivo da iniciativa", diz a PUCRS, em nota.
A universidade destaca ainda que a alfabetização não é o objetivo da iniciativa e dos pesquisadores. A ferramenta tem o objetivo de auxiliar no desenvolvimento da consciência fonológica e fonêmica das crianças, ou seja, na relação letra e som.
Nota da PUCRS:
A PUCRS, por meio de um projeto de pesquisa multidisciplinar, foi responsável apenas por realizar a adaptação para o português do aplicativo GraphoGame, jogo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Finlândia com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento da consciência fonológica e fonêmica das crianças, ou seja, na relação letra e som (grafema-fonema).
A universidade explica que o aplicativo pode ser uma ferramenta de apoio, mas que sozinho não é capaz de alfabetizar. Este não foi e não é o objetivo da iniciativa e dos pesquisadores em nenhum momento. Para uma criança ser alfabetizada ela precisa de instrução sistemática e consistente, precisa de vivências e sem dúvida alguma do apoio da Escola e especialmente de educadores.
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