O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos entrou com um pedido para aumentar o prazo de entrega das informações sobre as declarações da senadora eleita Damares Alves (Republicanos) relacionadas a supostas torturas e mutilações sofridas por crianças vítimas de tráfico na região da Ilha do Marajó, no Pará. A pasta solicitou mais 30 dias para apurar os dados.
O pedido foi enviado ao procurador Carlos Alberto Vilhena, responsável pela solicitação no Ministério Público Federal (MPF).
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De acordo com o ministério, o governo federal registrou mais de 5 mil denúncias relacionadas a estupro ou tráfico infantil entre 2016 e 2022.
“Como há abundância de informações, entendemos como razoável a dilatação do período proposto para que todas as informações recebam a devida clareza pertinente às necessidades do MPF”, explicou a ministra Cristiane Britto no documento.
Relembre o caso
No dia 8 de outubro, durante um culto na igreja Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia (GO), a ex-ministro Damares Alves disse que crianças da Ilha de Marajó, no Pará, são traficadas para o exterior e submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais.
Ao ser questionado por jornalistas a origem das denúncias, ela revelou que estavam baseadas em imagens obtidas e guardadas pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
O Ministério Público Federal do Pará (MPF/PA) emitiu nota e explicou que, nos último 30 anos, nenhuma denúncia sobre tráfico de crianças apresentavam características apresentadas pela senadora eleita.
“O Ministério Público Federal atuou, de 2006 a 2015, em três inquéritos civis e um inquérito policial instaurados a partir de denúncias sobre supostos casos de tráfico internacional de crianças que teriam ocorrido desde 1992 no arquipélago do Marajó, no Pará. Nenhuma das denúncias mencionou nada semelhante às torturas citadas pela ex-ministra Damares Alves no último dia 8”, explicou o órgão.
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O MPF/PA enviou um ofício ao Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) pedindo informações sobre os casos citados por Damares.
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