Fundação Padre Anchieta

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Divulgação/Carlos Pires
Divulgação/Carlos Pires

Inaugurado há cerca de três semanas, o Museu das Favelas atinge picos de 500 visitantes quase todos os dias, especialmente nos finais de semana. O dado é da coordenadora de relações institucionais do museu, Carla Zulu, que conversa com o site da TV Cultura sobre o histórico, a importância e o diferencial da instituição.

O Museu das Favelas se destaca logo na sua criação, já que é uma iniciativa da Secretaria da Cultura e Economia Criativa de São Paulo e nasceu a partir de uma demanda popular. Carla conta que existe uma “ vontade de que as periferias fossem comunicadas e preservadas a partir de suas memórias”, e que houve uma conversa com diferentes setores da periferia para levar a demanda ao governo do estado.

Ao lembrar da inauguração, Carla compara o momento com o nascimento de um filho: “Para mim era uma gestação. Todos os dias novas comunicações, novas informações, muito trabalho, muita pesquisa, muita incubação, muitas idas à periferia, a periferia vindo visitar o espaço vazio, enfim”.

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Ela revela que havia um medo e, ao mesmo tempo, uma vontade de que desse certo. “No dia que abrimos as portas é o nascimento de um filho, e esse filho é da periferia, são as periferias que vão comunicar como esse filho deve ser reconhecido por todos”, compara.

O local do museu também surgiu nesse contexto. Atualmente, o Museu das Favelas está localizado no Palácio dos Campos Elíseos, no Centro de São Paulo. “Pensamos nos prédios que estão desocupados na cidade e, naquele momento, o Palácio Campos Elíseos fazia muito sentido para se tornar um grande hub”, conta Carla.

A coordenadora de relações institucionais do museu ressalta a importância da retomada de poder que a instituição representa. “Aquele espaço foi construído por pessoas negras na ocasião, e que nunca puderam ir como visitante, como observador. Agora estamos ocupando o lugar que os nossos antepassados construíram”, diz.

Exposições

A programação é construída de forma coletiva, um movimento que Carla Zulu chamou de “escuta dedicada”: “Nossos articuladores sociais vão visitar outras potências, outras iniciativas culturais mapeadas na periferia - seja pela agenda da periferia seja por nós que somos moradores das favelas - e vamos visitá-las. Assim, praticamos essa escuta, conversamos, trocamos ideias e, ao final, trazemos para nossa avaliação. Por fim, ainda convidamos essas pessoas para que possam opinar naquele espaço, para que façam parte”, explicou.

“Temos também o centro de empreendedorismo, um grande diferencial dos museus, que é trazer para as pessoas que estão na favela uma luz acerca do que ela já constrói. Tem muita gente que na pandemia tentou construir o seu empreendimento e algumas estão no sufoco, então o centro fornece cursos que vão de encontro a esses pedidos de empreendedores”, conta Carla.

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Ela cita como exemplos os cursos de produção cultural, produção musical, noções de contabilidade e informática para redes sociais.

“Então todos esses cursos foram previamente solicitados através de escuta pelo nosso site, pelo nosso Instagram, e as pessoas foram respondendo. A partir desse processo, começamos a construir a linha curatorial da exposição de longa duração”, explica Carla Zulu.

A coordenadora de relações institucionais do Museu das Favels diz que a instituição está salvando vidas: “Eu venho de muitos anos da cultura. Estou há 25 fazendo cultura e nunca vi uma hub tão potente, com pessoas interessantes juntas como o Museu das Favelas".

SERVIÇO

Museu das Favelas

Palácio dos Campos Elíseos

Entrada pela Rua Guaianases, 1024 - São Paulo

De terça a domingo, das 9h às 17h (com permanência até as 18hs)

Entrada GRATUITA | ingressos poderão ser retirados de forma antecipada no site e, também, de maneira presencial no dia da abertura.