Durante o Jornal da Cultura desta terça-feira (10), o economista e cientista político Ricardo Sennes fez uma análise dos ataques às sedes dos três poderes no Distrito Federal. Na visão dele, o que torna a situação mais grave é o fato das instituições, que deveriam zelar pela democracia, instigaram esses atos por anos.
“As principais instituições que deveriam fazer a proteção da democracia, estavam comprometidas. O presidente anterior estava claramente envolvido nesse tipo de ação. Você tinha Bolsonaro falando de maneira aberta contra o processo eleitoral, que elegeu ele e todo o Congresso que era seu aliado. Um paradoxo maluco”, explica.
Segundo Sennes, o Gabinete de Segurança Institucional, a ABIN, Polícia Federal e as Forças Armadas brasileiras estavam fazendo um jogo, ignoraram os grupos por anos e deixaram esse discurso escalar.
“Eles invadiram dizendo ‘não aceitamos o resultado das eleições e queremos a intervenção militar ou a retomada do capitão’. Eles declararam que estavam indo contra as instituições. E as principais instituições que deveriam abafar esse discurso, estavam envolvidas. Chegamos em uma situação impensável”, completa.
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No final, afirma que o Supremo Tribunal Federal está trabalhando em uma situação excepcional da história do país.
"Uma situação excepcional exige um esforço institucional da Suprema Corte. O processo não é normal, mas o nível de ameaça é intolerável”, finaliza.
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