O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) divulgou uma “Nota de Repúdio” a um comentário do médico Gonzalo Vecina no Jornal da Cultura do sábado (4).
Vecina diz que há falta de médicos no país e, segundo ele, algumas das possíveis soluções para suprir a “carência de médicos, sobretudo em regiões periféricas”, seria a retomada do programa “Mais Médicos”.
Lançado em 2013 pelo Governo Dilma, o projeto tem como objetivo suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias.
“Precisamos de mais médicos, 40% da população brasileira não tem acesso a médicos. No auge do programa 'Mais Médicos', o país tinha 15 mil profissionais. Cada médico atendia 3 mil pessoas, estamos falando em 45 milhões de pessoas que tinham acesso a médicos”, diz Vecina.
O médico aponta também que é necessário aumentar a capacidade das enfermeiras para realizar atividades.
Assista abaixo o comentário completo:
O Cremesp repudiou o comentário sobre o “Mais Médicos” e a Lei do Ato Médico.
“O Cremesp defende que a assistência médica deve ser acessível a todos, mas que a qualidade do atendimento não pode ser condicionada ao poder aquisitivo dos pacientes. O que deve ser observado e, principalmente, exigido, é que sejam profissionais adequadamente graduados e capacitados para prestar atendimento à população” diz um trecho da nota.
Nota completa
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) vem a público manifestar seu repúdio em relação à fala do médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto sobre o “Mais Médicos” e a Lei do Ato Médico, durante o programa Jornal da Cultura, veiculado no último dia 4 de janeiro.
De acordo com Vecina, algumas das possíveis soluções para suprir a “carência de médicos, sobretudo em regiões periféricas”, seriam a retomada do programa “Mais Médicos” e a autorização para que enfermeiras possam realizar atividades que, por Lei, são privativas aos médicos, uma vez que, segundo o mesmo, “elas têm conhecimento e técnica para isso, sendo a Lei do Ato Médico uma grande bobagem”.
O Cremesp defende que a assistência médica deve ser acessível a todos, mas que a qualidade do atendimento não pode ser condicionada ao poder aquisitivo dos pacientes. O que deve ser observado e, principalmente, exigido, é que sejam profissionais adequadamente graduados e capacitados para prestar atendimento à população.
Em relação a programas de fixação de médicos em locais ditos periféricos, a preocupação da Autarquia é a de que profissionais formados no exterior, sejam eles brasileiros ou não, tenham seus conhecimentos e grade curricular avaliados e, sobretudo, revalidados, de acordo com as leis vigentes no País — do contrário, corre-se o risco dos malefícios se sobreporem aos possíveis benefícios. Por isso, o Cremesp defende a carreira de Médico de Estado, por ser a melhor alternativa para fixação de médicos em locais de difícil acesso.
Por fim, o Cremesp, como defensor da boa Medicina, da saúde e segurança da população, reitera a importância da Lei do Ato Médico, que deve ser respeitada por todos os profissionais de saúde — que devem se propor a fazer somente o que for de sua matriz de competência — por ser um fator determinante.
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