Uma pesquisa realizada em conjunto entre as universidades federal e estadual do Rio de Janeiro mostraram que o número de mortes na pandemia da Covid-19 poderia ser maior se não fosse o impacto positivo dos programas de transferência de renda do governo. Segundo o estudo, quanto maior o número de beneficiados, menor a incidência de casos do coronavírus, com redução de até 60% dos casos.

“Com a renda chegando as pessoas não saíram tanto para buscarem empregos e ou buscar algum tipo de rendimento e ficando mais em casa elas ficaram mais protegidas”, explicou Roberto Medronho, professor de epidemiologia da UFRJ.

O trabalho também mostrou que pessoas negras e pardas, em qualquer faixa de renda, tiveram maior risco de morrer por Covid-19, com chance de óbito 24% maior comparado aos brancos.

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“Nos estados, como São Paulo e no sul do Brasil, que tem uma população branca maior, a diferença ainda foi maior ainda. Mostrando o quanto a desigualdade existe, exatamente onde ela se acirra mais. Onde tem uma população branca majoritária, mas quem tá muito mais exposto é a população mais pobre, portanto, a população negra e indígena”, contou Fátima Marinho, médica epidemiologista.

O estudo analisou todos os 5.570 municípios brasileiros entre março de 2020 e setembro de 2021, período mais crítico da pandemia.

Caso haja uma nova pandemia com essas proporções, o Brasil precisará de mais ações emergências na área da saúde e de políticas públicas.

“Alguns mecanismos que existiam no passado, que não foram utilizados poderiam ter mitigado essa situação. Vou dar um único exemplo, a gente tem uma política de estoques reguladores no Brasil. Essa é uma política que existia, não é? Ela foi estabelecida antes e não foi utilizada e poderia ter mitigado um pouco esse cenário de aumento da fome que afeta principalmente a população mais vulnerável infelizmente”, sugeriu Jefferson Nascimento, coordenador de justiça social e econômica da Oxfam Brasil.

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