Conselho Indígena de Roraima afirma que, pelo menos, 30 garotas yanomamis estão grávidas de garimpeiros

Ariel de Castro Alves, secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, disse nesta quinta-feira (2) que a comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania foi informada que, pelo menos, 30 garotas yanomamis estão grávidas de garimpeiros.

Neste momento, um grupo do ministério está em Boa Vista para recolher todas as denúncias sobre violações de direitos dos povos indígenas.

"Temos denúncias de exploração sexual infantil. Recebemos informações de pelo menos 30 meninas e adolescentes que estariam grávidas de garimpeiros. Temos informações também sobre acolhimentos de crianças yanomamis que seriam irregulares e até processos de adoções ilegais em curso", disse Alves, em entrevista à Rádio Eldorado.

As informações sobre as garotas gravidas são do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Todos os casos terão, a partir de agora, acompanhamento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

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"Pedimos mais informações ao Conselho Indígena de Roraima para podermos ter os nomes das jovens e requisitarmos apurações dos possíveis estupros de vulneráveis para a Polícia Civil de Roraima, para a Polícia Federal e para o MPF (Ministério Público Federal)”, completou o secretario.

A forte presença do garimpo preocupa os integrantes do governo. Na entrevista à rádio, Alves disse que a estimativa é de cerca 20 mil garimpeiros no território Yanomami, que tem aproximadamente 30 mil indígenas.

O secretario colocou a culpa da atual situação em Jair Bolsonaro: "O governo federal anterior recebeu várias denúncias, mais de 20, tratando do garimpo ilegal e das violações de direitos humanos contra os povos indígenas, e não teve atitudes visando a evitar essa situação".

Bolsonaro já se manifestou sobre o assunto em suas redes sociais e disse que a saúde dos yanomami era uma prioridade de sua gestão. Além disso, afirmou que as denúncias das últimas semanas são uma “farsa da esquerda”.

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